Engatinhava...
Eu apenas engatinhava
Conhecia o chão,
Só sabia o que eu sabia
E aquilo me bastava.
Uma noite vi o céu
E desejei-o para mim...
Ambicioso, ambicionei:
Queria ele para mim.
Na mesma noite vi alguém,
Alguém que queria ele também;
Que vivia próximo do céu
De pé, quase a tocá-lo...
Apoiei-me nesse alguém;
Meus joelhos, ralados, tremiam...
Eu não me equilibrava bem
Mas meus olhos, fixos, o queriam.
O céu, dono de incontáveis estrelas,
De nuvens de algodão doce...
Era todo azul...
Dono da Lua, de São Jorge e do Dragão.
Era a morada de Deus e dos Anjos..
Da água que repentinamente desabava...
Repentinamente desabei.
O céu subiu ou desci ao chão?
Aquele alguém se afastou...
Desequilibrado me deixou...
Condoído, de joelhos
Quase a implorar
Pelo céu estrelado...
Derrotado, de joelhos...
Engatinhava.
Olhei para mim...
Olhei em volta:
Vi terra,
Vi apoio,
Vi segurança...
Amei o chão
E do chão não mais sai.
Mas hoje o céu está tão bonito...
E o sol brilhou tão forte após a chuva...
Meu joelho ainda dói
E o chão ainda é seguro.
Mas... vi alguém...
Mais próximo do céu do que eu...
Quero alcançar os céus...
Não posso.
Não quero.
Tenho medo.
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