segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fracassado

De que adianta ter pastas vazias
Cheias de bilhetes e cartas de amor
Sendo que apenas a dor acompanha
Minha vida cinzenta?

De que adianta
Ter dezenas de amigos
Se choro comigo
Sozinho no escuro?

Tenho tudo...
Não tenho nada.
Uma vida feita de triunfos...!
Falsos triunfos.

Vivo na cidade dos milhões
E converso com um rádio.
Choro sozinho
Agachado no escuro.

Quero morrer
Mas o que me mata é a covardia

Já reli velhas cartas
Já revivi amargas emoções.
Ainda preciso morrer.

Ninguém sentiria minha falta,
Sou facilmente substituído:
Simples demais para ser notado,
Ainda mais para ser esquecido.

Sobram os defeitos,
Carecem as qualidades.
Nunca fui alem de um setembro
Comecei em um janeiro...
Flores que murcham me fazem morrer?

Ainda desejo-te, Uriel!
Sombrio ceifeiro,
Anjo negro da morte.

Mamãe teria a apólice,
O mundo menos uma vida...
Um grande passo para a revolução!
Onde estão os meus amigos?
Onde estão meus amigos?
Onde estão?
Onde?
?

No dia em que me conhecer melhor
Saberei o que temo;
Temerei o que sei.
Mas, ainda sim serei simples
E continuarei querendo morrer.

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